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Passando na
Aurora
Sinto a
energia de outrora
Água,
pássaros, carros e cheiro de peixe
E o ar?
Livre?
Há, há, há
“quer
livres, quer regulares
Abrem sempre
os teus cantares
Como flor de
quintanares”
Não é, Manuel? Levanta a tua
bandeira!
Manuel, balança tua bandeira!
A noite,
quente tropical
Na Praça do
Arsenal
Aquela
prostituta linda e cheirosa
Humm...
humm...
Eu olho pra
ela Manuel,
E levanto
minha bandeira
Logo recito
em tom de brincadeira,
“Quando
estás vestida
Ninguém
imagina
Os mundos
que escondes
Sob tuas
roupas”
Meu amigo
Manuel... o que me resta
Como gigante
sobre as árvores de concreto
Nessa dura
floresta
Escuta...
“Escuta, eu
não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas
contar-te a minha ternura
Ah se em
troca de tanta felicidade que me dás
Eu te
pudesse repor”
Ainda bem
que aos teus versos
Não consigo
me opor
Meu amigo
Manuel,
Do que seria
a gente sem tua bandeira
Sem tua luta
Algo sem
forma, uma disputa!
Sua bandeira
de luta
Meu amigo
Manuel,
É a minha
conduta
Voltei pra
Aurora,
E ao por do
sol...
Deitei!
Deitei e
deito,
“...deito na
beira do rio
Mando chamar
a mãe d’gua “
Aqui eu
durmo
Ao som desse
infames bancos
Que voam
pelas encostas do cais
Aqui eu te
espero
Meu amigo,
Minha
bandeira
Nobre amigo
Manuel.