domingo, 18 de março de 2012

Poesia para o Engenho Colombo

Lá em  Colombo

Quero ir a Colombo,
Lembrar do tempo de pequeno
Novamente deitar na beira da touceira
Olhar os carros passarem na pista
Chamar Ana para brincar
Ver os meninos de cima da barreira
Sentir cheiro de comida caseira
Subir no pé de goiaba
Ao lado da ribanceira

Quero ir a Colombo
Pegar araçá na roça.
Povo passa me olhando
Vó me chama para comer
Volto a correr no campo
Porteira abre e se fecha
Meninas se mostram faceiras
Ao som das cigarras
No final da tarde

Quero ir a Colombo
Ver o Crepúsculo elegante
Cheiro de café pisado no pilão
Pão assado na brasa
Aroma de cuscuz no ar
Depois de comer, vô no terraço
E suas estórias para contar

Quero ir a Colombo
Acordar ao grito do galo
E abrir a porta de manhãzinha
Sentir o orvalho e o sereno
Gotas d’agua nas folhas
Brisa fria ao som das vacas
Povo vai trabalhar
Cheiro de café pisado no pilão
Lenha acesa no fogão
Salame do grosso pendurado na cozinha
Vó me chama para comer
Bíblia na mesa
Primos passando
Novamente me deito na beira da touceira
Mais um dia começa em Colombo.

Essa poesia faz parte do Livro: Paixões e Êxtases do poeta Adriano Sales.
O Engenho Colombo fica localizado na cidade de Joaquim Nabuco, as margens da BR 101 próximo à cidade de Palmares no estado de Pernambuco.